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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Somos também feitos de arte

No período paleolítico, um homem das cavernas estava sendo perseguido por uma onça. A onça já quase o pegando quando, de repente, ele avista um penhasco. Agarra-se a um galho de árvore, levanta-se e a onça passa por ele, caindo no penhasco. O homem olha para baixo e começa a dançar, gritar, sorrir, fazer caretas para a onça ferida lá em baixo. Ele poderia ter voltado às suas funções básicas da vida, como coletor, caçador, reprodutor, mas não o fez. Ele resolveu ficar e fazer arte.
A natureza deu alguns papeis ao ser humano: coletor, caçador, etc. Fugir da rigidez desses papeis é o que chamamos de produzir arte.
Assim como o mito e a ciência, a arte sempre teve destaque histórico na evolução humana. Há os que cantam, dançam, representam, rabiscam, enfim... tudo isso quebra uma rigidez, ou seja, faz o individuo extravasar os desequilíbrios emocionais e isso, provavelmente, teria ajudado na evolução mental da humanidade.
No complexo mundo atual, necessitamos de arte para suportar a carga de nossos fardos diários. O que é assobiar no trabalho? contar uma piada ou fazer imitações em ocasiões formais? Assistir filmes, comédias, ler bons livros? São sinais de nossa vocação artística.
Como conhecimento intuitivo, a arte gera descobertas e já serviu aos mais variados fins. As pinturas rupestres, seria uma forma de extravasar emoções como medo, alegria, expectativas? Em momentos de crise ou propagação de ideais políticos, não seriam os escritores, pintores, cantores, poetas a fazer propaganda de determinadas classes emergentes? Somente os artistas fazem arte?
A respeito dessa última indagação, notemos um fato curioso em que um soldado tocou o ombro de Pablo Picasso e perguntou: “Foi você que pintou Guernica?” Picasso, prontamente respondeu: “Não, foram vocês!”
Nessa perspectiva, a arte é de todos. “Ela nos une, servindo de lugar de encontro, de comunhão... ela nos irmana.” ( J. Coli ).

Para saber mais sobre o assunto:

Sobre Arte. Ferreira Gullar. Rio de Janeiro. Avenir.

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